segunda-feira, 31 de agosto de 2009

É dado ao homem conhecer o princípio das coisas?
“Não, Deus não permite que ao homem tudo seja revelado neste mundo.”
Penetrará o homem um dia o mistério das coisas que lhe estão ocultas?
“O véu se levanta a seus olhos, à medida que ele se depura; mas, para compreender
certas coisas, são-lhe precisas faculdades que ainda não possui.”
Não pode o homem, pelas investigações científicas, penetrar alguns dos
segredos da Natureza?

“A Ciência lhe foi dada para seu adiantamento em todas as coisas; ele, porém, não
pode ultrapassar os limites que Deus estabeleceu.”
Quanto mais consegue o homem penetrar nesses mistérios, tanto maior admiração
lhe devem causar o poder e a sabedoria do Criador. Entretanto, seja por orgulho, seja por
fraqueza, sua própria inteligência o faz joguete da ilusão. Ele amontoa sistemas sobre
sistemas e cada dia que passa lhe mostra quantos errou tomou por verdades e quantas
verdades rejeitou como erros. São outras tantas decepções para o seu orgulho.
Define-se geralmente a matéria como sendo - o que tem extensão, o que é capaz
de nos impressionar os sentidos, o que é impenetrável. São exatas estas definições?
“Do vosso ponto de vista, elas o são, porque não falais senão do que conheceis. Mas
a matéria existe em estados que ignorais. Pode ser, por exemplo, tão etérea e sutil que
nenhuma impressão vos cause aos sentidos. Contudo, é sempre matéria. Para vós, porém,
não o seria.”
O Espaço universal é infinito ou limitado?
“Infinito. Supõe-no limitado: que haverá para lá de seus limites? Isto te confunde a
razão, bem o sei; no entanto, a razão te diz que não pode ser de outro modo. O mesmo se dá
com o infinito em todas as coisas. Não é na pequenina esfera em que vos achais que
podereis compreendê-lo.”
Supondo-se um limite ao Espaço, por mais distante que a imaginação o coloque, a
razão diz que além desse limite alguma coisa há e assim, gradativamente, até ao infinito,
porquanto, embora essa alguma coisa fosse o vazio absoluto, ainda seria Espaço.

O Universo abrange a infinidade dos mundos que vemos e dos que não vemos, todos
os seres animados e inanimados, todos os astros que se movem no espaço, assim como os
fluidos que o enchem. O Universo foi criado, ou existe de toda a eternidade, como Deus?

“É fora de dúvida que ele não pode ter-se feito a si mesmo. Se existisse, como Deus,
de toda a eternidade, não seria obra de Deus.”
Diz-nos a razão não ser possível que o Universo se tenha feito a si mesmo e que,
não podendo também ser obra do acaso, há de ser obra de Deus.
Como criou Deus o Universo?
“Para me servir de uma expressão corrente, direi: pela sua Vontade. Nada
caracteriza melhor essa vontade onipotente do que estas belas palavras da Gênese - “Deus
disse: Faça-se a luz e a luz foi feita.”
Pode um mundo completamente formado desaparecer e disseminar-se de novo
no Espaço a matéria que o compõe?

“Sim, Deus renova os mundos, como renova os seres vivos.”

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