Qual o objetivo da encarnação dos Espíritos?
“Deus lhes impõe a encarnação com o fim de fazê-los chegar à perfeição. Para
uns, é expiação; para outros, missão. Mas, para alcançarem essa perfeição, têm que sofrer
todas as vicissitudes da existência corporal: nisso é que está a expiação. Visa ainda outro
fim a encarnação: o de pôr o Espírito em condições de suportar a parte que lhe toca na
obra da criação. Para executá-la é que, em cada mundo, toma o Espírito um instrumento,
de harmonia com a matéria essencial desse mundo, a fim de aí cumprir, daquele ponto de
vista, as ordens de Deus. É assim que, concorrendo para a obra geral, ele próprio se
adianta.”
Têm necessidade de encarnação os Espíritos que, desde o princípio,
seguiram o caminho do bem?
“Todos são criados simples e ignorantes e se instruem nas lutas e tribulações da
vida corporal. Deus, que é justo, não podia fazer felizes a uns, sem fadigas e trabalhos,
conseguintemente sem mérito.”
Mas, então, de que serve aos Espíritos terem seguido o caminho do bem, se isso
não os isenta dos sofrimentos da vida corporal?
“Chegam mais depressa ao fim. Demais, as aflições da vida são muitas vezes a
conseqüência da imperfeição do Espírito. Quanto menos imperfeições, tanto menos
tormentos. Aquele que não é invejoso, nem ciumento, nem avaro, nem ambicioso, não
sofrerá as torturas que se originam desses defeitos.”
Como pode a alma, que não alcançou a perfeição durante a vida corpórea,
acabar de depurar-se?
“Sofrendo a prova de uma nova existência.”
A alma passa então por muitas existências corporais?
“Sim, todos contamos muitas existências. Os que dizem o contrário pretendem
manter-vos na ignorância em que eles próprios se encontram. Esse o desejo deles.”
Qual o fim objetivado com a reencarnação?
“Expiação, melhoramento progressivo da Humanidade. Sem isto, onde a justiça?”
É limitado o número das existências corporais, ou o Espírito reencarna
perpetuamente?
“A cada nova existência, o Espírito dá um passo para diante na senda do
progresso. Desde que se ache limpo de todas as impurezas, não tem mais necessidade das
provas da vida corporal.”
É invariável o número das encarnações para todos os Espíritos?
“Não; aquele que caminha depressa, a muitas provas se forra. Todavia, as
encarnações sucessivas são sempre muito numerosas, porquanto o progresso é quase
infinito.”
O que fica sendo o Espírito depois da sua última encarnação?
“Espírito bem-aventurado; puro Espírito.”
Em que se funda o dogma da reencarnação?
“Na justiça de Deus e na revelação, pois incessantemente repetimos: o bom pai
deixa sempre aberta a seus filhos uma porta para o arrependimento. Não te diz a razão
que seria injusto privar para sempre da felicidade eterna todos aqueles de quem não
dependeu o melhorarem-se? Não são filhos de Deus todos os homens? Só entre os
egoístas se encontram a iniqüidade, o ódio implacável e os castigos sem remissão.”
Todos os Espíritos tendem para a perfeição e Deus lhes faculta os meios de
alcançá-la, proporcionando-lhes as provações da vida corporal. Sua justiça, porém, lhes
concede realizar, em novas existências, o que não puderam fazer ou concluir numa
primeira prova.
As nossas diversas existências corporais se verificam todas na Terra?
“Não; vivemo-las em diferentes mundos. As que aqui passamos não são as
primeiras, nem as últimas; são, porém, das mais materiais e das mais distantes da
perfeição.”
Cada nova existência corporal a alma passa de um mundo para o outro, ou
pode ter muitas no mesmo globo?
“Pode viver muitas vezes no mesmo globo, se não se adiantou bastante para passar a
um mundo superior.”
Podemos então reaparecer muitas vezes na Terra?
“Certamente.”
Podemos voltar a este, depois de termos vivido em outros mundos?
“Sem dúvida. É possível que já tenhais vivido algures e na Terra.”
Tornar a viver na Terra constitui uma necessidade?
“Não; mas, se não progredistes, podereis ir para outro mundo que não valha mais do
que a Terra e que talvez até seja pior do que ela.”
Haverá alguma vantagem em voltar-se a habitar a Terra?
“Nenhuma vantagem particular, a menos que seja em missão, caso em que se
progride aí como em qualquer planeta.”
Não se seria mais feliz permanecendo na condição de Espírito?
“Não, não; estacionar-se-ia e o que se quer é caminhar para Deus.”
Depois de haverem encarnado noutros mundos, podem os Espíritos encarnar
neste, sem que jamais aí tenham estado?
“Sim, do mesmo modo que vós em outros. Todos os mundos são solidários: o que
não se faz num faz-se noutro.”
Assim, homens há que estão na Terra pela primeira vez?
“Muitos, e em graus diversos de adiantamento.”
Para chegar à perfeição e à suprema felicidade, destino final de todos os
homens, tem o Espírito que passa pela fieira de todos os mundos existentes no Universo?
“Não, porquanto muitos são os mundos correspondentes a cada grau da respectiva
escala e o Espírito, saindo de um deles, nenhuma coisa nova aprenderia nos outros do
mesmo grau.”
Como se explica então a pluralidade de suas existências em um mesmo globo?
“De cada vez poderá ocupar posição diferente das anteriores e nessas diversas
posições se lhe deparam outras tantas ocasiões de adquirir experiência.”
Podem os Espíritos encarnar em um mundo relativamente inferior a outro
onde já viveram?
“Sim, quando em missão, com o objetivo de auxiliarem o progresso, caso em que
aceitam alegres as tribulações de tal existência, por lhes proporcionar meio de se
adiantarem.”
Nota: Lembrem-se de Martin Luther King, provalvelmente um dos espiritos puros que esteve na terra como missão.
Mas, não pode dar-se também por expiação? Não pode Deus degredar para
mundos inferiores Espíritos rebeldes?
“Os Espíritos podem conservar-se estacionários, mas não retrogradam. Em caso de
estacionamento, a punição deles consiste em não avançarem, em recomeçarem, no meio
conveniente à sua natureza, as existências mal empregadas.”
Quais os que têm de recomeçar a mesma existência?
“Os que faliram em suas missões ou em suas provas.”
Passando deste planeta para outro, conserva o Espírito a inteligência que aqui
tinha?
“Sem dúvida; a inteligência não se perde. Pode, porém, acontecer que ele não
disponha dos mesmos meios para manifestá-la, dependendo isto da sua superioridade e das
condições do corpo que tomar.”
Os seres que habitam os diferentes mundos têm corpos semelhantes aos
nossos?
“É fora de dúvida que têm corpos, porque o Espírito precisa estar revestido de
matéria para atuar sobre a matéria. Esse envoltório, porém, é mais ou menos material,
conforme o grau de pureza a que chegaram os Espíritos. É isso o que assinala a diferença
entre os mundos que temos de percorrer, porquanto muitas moradas há na casa de nosso
Pai, sendo, conseguintemente, de muitos graus essas moradas. Alguns o sabem e desse fato
têm consciência na Terra; com outros, no entanto, o mesmo não se dá.”
É-nos possível conhecer exatamente o estado físico e moral dos diferentes
mundos?
“Nós, Espíritos, só podemos responder de acordo com o grau de adiantamento em
que vos achais. Quer dizer que não devemos revelar estas coisas a todos, porque nem todos
estão em estado de compreendê-las e semelhante revelação os perturbaria.”
Tem o Espírito a faculdade de escolher o mundo onde passe a habitar?
“Nem sempre. Pode pedir que lhe seja permitido ir para este ou aquele e pode obtêlo,
se o merecer, porquanto a acessibilidade dos mundos, para os Espíritos, depende do grau
da elevação destes.”
Se o Espírito nada pedir, que é o que determina o mundo em que ele
reencarnará?
“O grau da sua elevação.”
O estado físico e moral dos seres vivos é perpetuamente o mesmo em cada
minuto?
“Não; os mundos também estão sujeitos à lei do progresso. Todos começaram,
como o vosso, por um estado inferior e a própria Terra sofrerá idêntica transformação.
Tornar-se-á um paraíso, quando os homens se houverem tornado bons.”
Nota:Esta foi a resposta que mais me intrigou, porque na minha opinião tenho dificuldade em ver o nosso mundo um paraiso com pessoas cada vez mais egoistas e rancorosas, cheias de odia e so pensando nelas mesmo!
Allan kardek-É assim que as raças, que hoje povoam a Terra, desaparecerão um dia, substituídas por seres cada vez mais perfeitos, pois que essas novas raças transformadas sucederão às
atuais, como estas sucederam a outras ainda mais grosseiras.
A possibilidade de se melhorarem noutra existência não será de molde a fazer
que certas pessoas perseverem no mau caminho, dominadas pela idéia de que poderão corrigir-se mais tarde?
“Aquele que assim pensa em nada crê e a idéia de um castigo eterno não o refrearia
mais do que qualquer outra, porque sua razão a repele, e semelhante idéia induz à incredulidade a respeito de tudo. Seunicamente meios racionais se tivessem empregado para guiar os homens, não haveria tantos cépticos. De fato, um Espírito imperfeito poderá, durante a vida corporal, pensar bcomo dizes; mas, liberto que se veja da matéria, pensará de outro modo, pois logo verificará que fez cálculo errado e, então, sentimento oposto a esse trará ele para a sua nova
existência. É assim que se efetua o progresso e essa a razão por que, na Terra os homens
são desigualmente adiantados. Uns já dispõe de experiência que a outros falta, mas que
adquirirão pouco a pouco. Deles depende o acelerar-se-lhes o progresso ou retardar-se
indefinidamente.”
Não podendo os Espíritos aperfeiçoar-se, a não ser por meio das tribulações
da existência corpórea, segue-se que a vida material seja uma espécie de crisol ou de depurador, por onde têm que passar todos os seres do mundo espírita para alcançarem a perfeição?
“Sim, é exatamente isso. Eles se melhoram nessa provas, evitando o mal e
praticando o bem; porém, somente ao cabo de mais ou menos longo tempo, conforme os
esforços que empreguem; somente após muitas encarnações ou depurações sucessivas,
atingem a finalidade para que tendem.”
quinta-feira, 3 de setembro de 2009
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