sexta-feira, 4 de setembro de 2009

Que sucede à alma no instante da morte?
“Volta a ser Espírito, esto é, volve ao mundo dos Espíritos, donde se apartara
momentaneamente.”
A alma, após a morte, conserva a sua individualidade?
“Sim; jamais a perde. Que seria ela, se não a conservasse?”
a) - Como comprova a alma a sua individualidade, uma vez que não tem mais corpo
material?
“Continua a ter um fluido que lhe é próprio, haurido na atmosfera do seu planeta, e
que guarda a aparência de sua última encarnação: seu perispírito.”
A alma nada leva consigo deste mundo?
“Nada, a não ser a lembrança e o desejo de ir para um mundo melhor, lembrança
cheia de doçura ou de amargor, conforme o uso que ela fez da vida. Quanto mais pura for,
melhor compreenderá a futilidade do que deixa na Terra.”
Em que sentido se deve entender a vida eterna?
“A vida do Espírito é que é eterna; a do corpo é transitória e passageira. Quando o
corpo morre, a alma retoma a vida eterna.”
Não seria mais exato chamar vida eterna à dos Espíritos puros, dos que, tendo
atingido a perfeição, não estão sujeitos a sofrer mais prova alguma?

“Essa é antes a felicidade eterna. Mas isto constitui uma questão de palavras.
Chamai as coisas como quiserdes, contanto que vos entendais.”
É dolorosa a separação da alma e do corpo?
“Não; o corpo quase sempre sofre mais durante a vida do que no momento da morte;
a alma nenhuma parte toma nisso. Os sofrimentos que algumas vezes se experimentam no
instante da morte são um gozo para o Espírito, que vê chegar o termo do seu exílio.”
Como se opera a separação da alma e do corpo?
“Rotos os laços que a retinham, ela se desprende.” A separação se dá instantaneamente por brusca transição? Haverá alguma
linha de demarcação nitidamente traçada entre a vida e a morte?

“Não; a alma se desprende gradualmente, não se escapa como um pássaro cativo a
que se restitua subitamente a liberdade. Aqueles dois estados se tocam e confundem, de
sorte que o Espírito se solta pouco a pouco dos laços que o prendiam. Estes laços se
desatam, não se quebram.”
No momento da morte, a alma sente, alguma vez, qualquer aspiração ou êxtase
que lhe faça entrever o mundo onde vai de novo entrar?
“Muitas vezes a alma sente que se desfazem os laços que a prendem ao corpo.
Entrega então todos os esforços para desfazê-los inteiramente. Já em parte desprendida da
matéria, vê o futuro desdobrar-se diante de si e goza, por antecipação, do estado de
Espírito.”
Que sensação experimenta a alma no momento em que reconhece estar no
mundo dos Espíritos?

“Depende. Se praticasse o mal, impelido pelo desejo de o praticar, no primeiro
momento te sentirás envergonhado de o haveres praticado. Com a alma do justo as coisas se
passam de modo bem diferente. Ela se sente como que aliviada de grande peso, pois que
não teme nenhum olhar perscrutador.”
O Espírito se encontra imediatamente com os que conheceu na Terra e que
morreram antes dele?

“Sim, conforme à afeição que lhes votava e a que eles lhe consagravam. Muitas
vezes aqueles seus conhecidos o vêm receber à entrada do mundo dos Espíritos e o ajudam
a desligar-se das faixas da matéria. Encontra-se também com muitos dos que conheceu e
perdeu de vista durante a sua vida terrena. Vê os que estão na erraticidade, como vê os
encarnados e os vai visitar.”
A alma tem consciência de si mesma imediatamente depois de deixar o corpo?
“Imediatamente não é bem o termo. A alma passa algum tempo em estado de
perturbação.”
A perturbação que se segue à separação da alma e do corpo é do mesmo grau
e da mesma duração para todos os Espíritos?

“Não; depende da elevação de cada um. Aquele que já está purificado, se reconhece
quase imediatamente, pois que se libertou da matéria antes que cessasse a vida do corpo,
enquanto que o homem carnal, aquele cuja consciência ainda não está pura, guarda por muito mais tempo a impressão da matéria.”

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