Uma vez de volta ao mundo dos Espíritos, conserva a alma as percepções que
tinha na Terra?
“Sim, além de outras de que aí não dispunha, porque o corpo, qual véu sobre elas
lançado, as obscurecia. A inteligência é um atributo, que tanto mais livremente se manifesta
no Espírito, quanto menos entraves tenha que vencer.”
São ilimitadas as percepções e os conhecimentos dos Espíritos? Numa
palavra: eles sabem tudo?
“Quanto mais se aproximam da perfeição, tanto mais sabem. Se são Espíritos
superiores, sabem muito. Os Espíritos inferiores são mais ou menos ignorantes acerca de
tudo.”
Conhecem os Espíritos o princípio das coisas?
“Conforme a elevação e a pureza que hajam atingido. Os de ordem inferior não
sabem mais do que os homens.”
A duração, os Espíritos a compreendem como nós?
“Não e daí vem que nem sempre nos compreendeis, quando se trata de determinar
datas ou épocas.”
Os Espíritos fazem do presente mais precisa e exata idéia do que nós?
“Do mesmo modo que aquele, que vê bem, faz mais exata idéia das coisas do que o
cego. Os Espíritos vêem o que não vedes. Tudo apreciam, pois, diversamente do modo por
que o fazeis. Mas, também isso depende da elevação deles.”
Como é que os Espíritos têm conhecimento do passado? E esse conhecimento
lhes é ilimitado?
“O passado, quando com ele nos ocupamos, é presente. Verifica-se então,
precisamente, o que se passa contigo quando recordas qualquer coisa que te impressionou
no curso do teu exílio. Simplesmente, como já nenhum véu material nos tolda a
inteligência, lembramo-nos mesmo daquilo que se te apagou da memória. Mas, nem tudo os
Espíritos sabem, a começar pela própria criação.”
E o futuro, os Espíritos o conhecem?
“Ainda isto depende da elevação que tenham conquistado. Muitas vezes, apenas o
entrevêem, porém nem sempre lhes é permitido revelá-lo. Quando o vêem, parece-lhes
presente. À medida que se aproxima de Deus, tanto mais claramente o Espírito descortina o futuro. Depois da morte, a alma vê e apreende num golpe de vista suas passadas migrações, mas não pode ver o que Deus lhe reserva.Para que tal aconteça, preciso é que, ao cabo de múltiplas existências, se haja integrado nele.”
Os Espíritos que alcançaram a perfeição absoluta têm conhecimento completo
do futuro?
“Completo não se pode dizer, por isso que só Deus é soberano Senhor e ninguém O
pode igualar.”
Os Espíritos vêem a Deus?
“Só os Espíritos superiores o vêem e compreendem. Os inferiores o sentem e
adivinham.”
Quando um Espírito inferior diz que Deus lhe proíbe ou permite uma coisa,
como sabe que isso lhe vem Dele?
“Ele não vê a Deus, mas sente a Sua soberania e, quando não deva ser feita alguma
coisa ou dita uma palavra, percebe, como por intuição, a proibição de fazê-la ou dizê-la.
Não tendes vós mesmos pressentimentos, que se vos afiguram avisos secretos, para
fazerdes, ou não, isto ou aquilo? O mesmo nos acontece, se bem que em grau mais alto,
pois compreendes que, sendo mais sutil do que as vossas a essência dos Espíritos, podem
estes receber melhor as advertências divinas.”
Deus transmite diretamente a ordem ao Espírito, ou por intermédio de outros
Espíritos?
“Ela não lhe vem direta de Deus. Para se comunicar com Deus, é-lhe necessário ser
digno. Deus lhe transmite suas ordens por intermédio dos Espíritos imediatamente
superiores em perfeição e instrução.”
O Espírito tem circunscrita a visão como os seres corpóreos?
“Não, ela reside em todo ele.”
Precisam da luz para ver?
“Vêem por si mesmos, sem precisarem de luz exterior. Para os Espíritos, não há
trevas, salvo as em que podem achar-se por expiação.”
Para verem o que se passa em dois pontos diferentes, precisam transporta-se a
esses pontos? Podem, por exemplo, ver simultaneamente nos dois hemisférios do globo?
“Como o Espírito se transporta aonde queira, com a rapidez do pensamento, pode-se
dizer que vê em toda parte ao mesmo tempo. Seu pensamento é suscetível de irradiar,
dirigindo-se a um tempo para muitos pontos diferentes, mas esta faculdade depende da sua
pureza. Quanto menos puro é o Espírito, tanto mais limitada tem a visão. Só os Espíritos
O Espírito vê as coisas tão distintamente como nós?
“Mais distintamente, pois que sua vista penetra onde a vossa não pode penetrar.
Nada a obscurece.”
Percebe os sons?
“Sim, percebe mesmo sons imperceptíveis para os vossos sentidos obtusos.”
superiores podem com a vista abranger um conjunto.”
E a fadiga, a necessidade de repouso, experimentam-nas?
“Não podem sentir a fadiga, como a entendeis; conseguintemente, não precisam de
descanso corporal, como vós, pois que não possuem órgãos cujas forças devam ser
reparadas. O Espírito, entretanto, repousa, no sentido de não estar em constante atividade.
Ele não atua materialmente. Sua ação é toda intelectual e inteiramente moral o seu repouso.
Quer isto dizer que momentos há em que o seu pensamento deixa de ser tão ativo quanto de
ordinário e não se fixa em qualquer objeto determinado. É um verdadeiro repouso, mas de
nenhum modo comparável ao do corpo. A espécie de fadiga que os Espíritos são suscetíveis
de sentir guarda relação com a inferioridade deles. Quanto mais elevados sejam, tanto
menos precisarão de repousar.”
Quando um Espírito diz que sofre, de que natureza é seu sofrimento?
“Angústias morais, que o torturam mais dolorosamente do que todos os sofrimentos
físicos.”
segunda-feira, 14 de setembro de 2009
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