O pressentimento é sempre um aviso do Espírito protetor?
“É o conselho íntimo e oculto de um Espírito que vos quer bem. Também está na
intuição da escolha que se haja feito. É a voz do instinto. Antes de encarnar, tem o Espírito
conhecimento das fases principais de sua existência, isto é, do gênero das provas a que se
submete. Tendo estas caráter assinalado, ele conserva, no seu foroíntimo, uma espécie de impressão de tais provas e esta impressão, que é a voz do instinto,
fazendo-se ouvir quando lhe chega o momento de sofrê-las, se torna pressentimento.”
Acontecendo que os pressentimentos e a voz do instinto são sempre algum
tanto vagos, que devemos fazer, na incerteza em que ficamos?
“Quando te achares na incerteza, invoca o teu bom Espírito, ou ora a Deus,
soberano senhor de todos, e Ele te enviará um de seus mensageiros, um de nós.”
Os avisos dos Espíritos protetores objetivam unicamente o nosso procedimento
moral, ou também o proceder que devamos adotar nos assuntos da vida particular?
“Tudo. Eles se esforçam para que vivais o melhor possível. Mas, quase sempre
tapais os ouvidos aos avisos salutares e vos tornais desgraçados por culpa vossa.”
Exercem os Espíritos alguma influência nos acontecimentos da vida?
“Certamente, pois que vos aconselham.”
Exercem essa influência por outra forma que não apenas pelos pensamentos
que sugerem, isto é, têm ação direta sobre o cumprimento das coisas?
“Sim, mas nunca atuam fora das leis da Natureza.”
Tendo, como têm, ação sobre a matéria, podem os Espíritos provocar certos
efeitos, com o objetivo de que se dê um acontecimento? Por exemplo: um homem tem que morrer; sobe uma escada, a escada se quebra e ele morre da queda. Foram os Espíritos que quebraram a escada, para que o destino daquele homem se cumprisse?
“É exato que os Espíritos têm ação sobre a matéria, mas para cumprimento das leis
da Natureza, não para as derrogar, fazendo que, em dado momento, ocorra um sucesso
inesperado e em contrário àquelas leis. No exemplo que figuraste, a escada se quebrou
porque se achava podre, ou por não ser bastante forte para suportar o peso de um homem.
Se era destino daquele homem perecer de tal maneira, os Espíritos lhe inspirariam a idéia de
subir a escada em questão, que teria de quebrar-se com o seu peso, resultando-lhe daí a
morte por um efeito natural e sem que para isso fosse mister a produção de um milagre.”
Tomemos outro exemplo, em que não entre a matéria em seu estado natural.
Um homem tem que morrer fulminado pelo raio. Refugia-se debaixo de uma árvore. Estala o raio e o mata. Poderá dar-se tenham sido os Espíritos que provocaram a produção doraio e que o dirigiram para o homem?
“Dá-se o mesmo que anteriormente. O raio caiu sobre aquela árvore em tal
momento, porque estava nas leis da Natureza que assim acontecesse. Não foi encaminhado
para a árvore, por se achar debaixo dela o homem. A este, sim, foi inspirada a idéia de se
abrigar debaixo de uma árvore sobre a qual cairia o raio, porquanto a árvore não deixaria de
ser atingida, só por não lhe estar debaixo da fronde o homem.”
No caso de uma pessoa mal intencionada disparar sobre outra um projetil que
apenas lhe passe perto sem a atingir, poderá ter sucedido que um Espírito bondoso haja desviado o projetil?
“Se o indivíduo alvejado não tem que perecer desse modo, o Espírito bondoso lhe
inspirará a idéia de se desviar, ou então poderá ofuscar o que empunha a arma, de sorte a
fazê-lo apontar mal, porquanto, uma vez disparada a arma, o projetil segue linha que tem de
percorrer.”
Não podem os Espíritos levianos e zombeteiros criar pequenos embaraços à
realização dos nossos projetos e transtornar as nossas previsões? Serão eles, numa palavra, os causadores do que chamamos pequenas misérias da vida humana?
“Eles se comprazem em vos causar aborrecimentos que representam para vós provas
destinadas a exercitar a vossa paciência. Cansam-se, porém, quando vêem que nada conseguem. Entretanto, não seria justo, nem acertado, imputar-lhes todas as decepções que experimentais e de que sois os principais culpados pela vossa irreflexão. Fica certo de que, se a tua louça se quebra, é mais por desazo teu do que por culpa dos Espíritos.”
terça-feira, 10 de novembro de 2009
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