Vêem os Espíritos tudo o que fazemos?
“Podem ver, pois que constantemente vos rodeiam. Cada um, porém, só vê aquilo a
que dá atenção. Não se ocupam com o que lhes é indiferente.”
Podem os Espíritos conhecer os nossos mais secretos pensamentos?
“Muitas vezes chegam a conhecer o que desejaríeis ocultar de vós mesmos. Nem
atos, nem pensamentos se lhes podem dissimular.”
a) - Assim, mais fácil nos seria ocultar de uma pessoa viva qualquer coisa, do que a
esconder dessa mesma pessoa depois de morta?
“Certamente. Quando vos julgais muito ocultos, é comum terdes ao vosso lado uma
multidão de Espíritos que vos observam.”
Que pensam de nós os Espíritos que nos cercam e observam?
“Depende. Os levianos riem das pequenas partidas que vos pregam e zombam das
vossas impaciências. Os Espíritos sérios se condoem dos vossos reveses e procuram ajudarvos.”
Influem os Espíritos em nossos pensamentos e em nossos atos?
“Muito mais do que imaginais. Influem a tal ponto, que, de ordinário, são eles que
vos dirigem.”
De par com os pensamentos que nos são próprios, outros haverá que nos
sejam sugeridos?
“Vossa alma é um Espírito que pensa. Não ignorais que, freqüentemente, muitos
pensamentos vos acodem a um tempo sobre o mesmo assunto, não raro, contrários uns dos
outros. Pois bem! No conjunto deles, estão sempre de mistura os vossos com os nossos. Daí
a incerteza em que vos vedes. É que tendes em vós duas idéias a se combaterem.”
Como havemos de distinguir os pensamentos que nos são próprios dos que nos
são sugeridos?
“Quando um pensamento vos é sugerido, tendes a impressão de que alguém vos
fala. Geralmente, os pensamentos próprios são os que acodem em primeiro lugar. Afinal,
não vos é de grande interesse estabelecer essa distinção. Muitas vezes, é útil que não saibais
fazê-la. Não a fazendo, obra o homem com mais liberdade. Se se decide pelo bem, é
voluntariamente que o pratica; se toma o mau caminho, maior será a sua responsabilidade.”
É sempre de dentro de si mesmos que os homens inteligentes e de gênio tiram
suas idéias?
“Algumas vezes, elas lhes vêm do seu próprio Espírito, porém, de outras muitas,
lhes são sugeridas por Espíritos que os julgam capazes de compreendê-las e dignos de
vulgarizá-las. Quando tais homens não as acham em si mesmos, apelam para a inspiração.
Fazem assim, sem o suspeitarem, uma verdadeira evocação.”
Diz-se comumente ser sempre bom o primeiro impulso. É exato?
“Pode ser bom, ou mau, conforme a natureza do Espírito encarnado. É sempre bom
naquele que atende às boas inspirações.”
Como distinguirmos se um pensamento sugerido procede de um bom Espírito
ou de um Espírito mau?
“Estudai o caso. Os bons Espíritos só para o bem aconselham. Compete-vos
discernir.”
Com que fim os Espíritos imperfeitos nos induzem ao mal?
“Para que sofrais como eles sofrem.”
a) - E isso lhes diminui os sofrimentos?
“Não; mas fazem-no por inveja, por não poderem suportar que haja seres felizes.”
b) - De que natureza é o sofrimento que procuram infligir aos outros?
“Os que resultam de ser de ordem inferior a criatura e de estar afastada de Deus.”
Por que permite Deus que Espíritos nos excitem ao mal?
“Os Espíritos imperfeitos são instrumentos próprios a por em prova a fé e a
constância dos homens na prática do bem. Como Espírito que és, tens que progredir na
ciência do infinito. Daí o passares pelas provas do mal, para chegares ao bem. A nossa
missão consiste em te colocarmos no bom caminho. Desde que sobre ti atuam influências
más, é que as atrais, desejando o mal; porquanto os Espíritos inferiores correm a te auxiliar
no mal, logo que desejes praticá-lo. Só quando queiras o mal, podem eles ajudar-te para a
prática do mal. Se fores propenso ao assassínio, terás em torno de ti uma nuvem de
Espíritos a te alimentarem no íntimo esse pendor. Mas outros também te cercarão,
esforçando-se por te influenciarem para o bem, o que restabelece o equilíbrio da balança e
te deixa senhor dos teus atos.”
Pode o homem eximir-se da influência dos Espíritos que procuram arrastá-lo
ao mal?
“Pode, visto que tais Espíritos só se apegam aos que, pelos seus desejos, os
chamam, ou aos que, pelos seus pensamentos, os atraem.”
Renunciam às suas tentativas os Espíritos cuja influência a vontade do homem
repele?
“Que querias que fizessem?
Quando nada conseguem, abandonam o campo.
Entretanto, ficam à espreita de um momento propício, como o gato que tocaia o rato.”
Por que meio podemos neutralizar a influência dos maus Espíritos?
“Praticando o bem e pondo em Deus toda a vossa confiança, repelireis a influência
dos Espíritos inferiores e aniquilareis o império que desejam ter sobre vós. Guardai-vos de
atender às sugestões dos Espíritos que vos suscitam maus pensamentos, que sopram a
discórdia entre vós outros e que vos insuflam as paixões más. Desconfiai especialmente dos que vos exaltam o orgulho, pois que esses vos assaltam pelo lado fraco. Essa a razão por que Jesus,
na oração dominical, vos ensinou a dizer: “Senhor! Não nos deixes cair em tentação, mas
livra-nos do mal.”
Os Espíritos, que ao mal procuram induzir-nos e que põem assim em prova a
nossa firmeza no bem, procedem desse modo cumprindo missão? E, se assim é, cabe-lhes alguma responsabilidade?
“A nenhum Espírito é dada a missão de praticar o mal. Aquele que o faz fá-lo por
conta própria, sujeitando-se, portanto, às conseqüências. Pode Deus permitir-lhe que assim
proceda, para vos experimentar; nunca, porém, lhe determina tal procedimento. Competevos,
pois repeti-lo.”
Quando experimentamos uma sensação de angústia, de ansiedade indefinível,
ou de íntima satisfação, sem que lhe conheçamos a causa, devemos atribuí-la unicamente a uma disposição física?
“É quase sempre efeito das comunicações em que inconscientemente entrais com os
Espíritos, ou da que com elas tivestes durante o sono.”
Os Espíritos que procuram atrair-nos para o mal se limitam a aproveitar as
circunstâncias em que nos achamos, ou podem também criá-las?
“Aproveitam as circunstâncias ocorrentes, mas também costumam criá-las,
impelindo-vos, mau grado vosso, para aquilo que cobiçais. Assim, por exemplo, encontra
um homem, no seu caminho, certa quantia. Não penses tenham sido os Espíritos que a
trouxeram para ali. Mas, eles podem inspirar ao homem a idéia de tomar aquela direção e
sugerir-lhe depois a de se apoderar da importância achada, enquanto outros lhe sugerem a
de restituir o dinheiro ao seu legítimo dono. O mesmo se dá com relação a todas as demais
tentações.”
quinta-feira, 5 de novembro de 2009
Subscrever:
Enviar feedback (Atom)
Sem comentários:
Enviar um comentário