segunda-feira, 28 de setembro de 2009

Volta do Espiríto á vida corporal

Sabem os Espíritos em que época reencarnarão?
“Pressentem-na, como sucede ao cego que se aproxima do fogo. Sabem que têm de
retomar um corpo, como sabeis que tendes de morrer um dia, mas ignoram quando isso se
dará.”
Então, a reencarnação é uma necessidade da vida espírita, como a morte o é da
vida corporal?
“Certamente; assim é.”
Todos os Espíritos se preocupam com a sua reencarnação?
“Muitos há que em tal coisa não pensam, que nem sequer a compreendem. Depende
de estarem mais ou menos adiantados. Para alguns, a incerteza em que se acham do futuro
que os aguarda constitui punição.”
Pode o Espírito apressar ou retardar o momento da sua reencarnação?
“Pode apressá-lo, atraindo-o por um desejo ardente. Pode igualmente distânciá-lo,
recuando diante da prova, pois entre os Espíritos também há covardes e indiferentes.. Nenhum, porém assim procede impunemente, visto que sofre por isso, como aquele que recusa o remédio capaz de curálo.”
Se se considerasse bastante feliz, numa condição mediana entre os Espíritos
errantes e, conseguintemente, não ambicionasse elevar-se, poderia um Espírito prolongar indefinidamente esse estado?

“Indefinidamente, não. Cedo ou tarde, o Espírito sente a necessidade de progredir.
Todos têm que se elevar; esse o destino de todos.”
Há predestinação na união da alma com tal ou tal corpo, ou só à última hora é
feita a escolha do corpo que ela tomará?

“O Espírito é sempre, de antemão, designado. Tendo escolhido a prova a que queira
submeter-se, pede para encarnar. Ora, Deus, que tudo sabe e vê, já antecipadamente sabia e
vira que tal Espírito se uniria a tal corpo.”
Cabe ao Espírito a escolha do corpo em que encarne, ou somente a do gênero
de vida que lhe sirva de prova?

“Pode também escolher o corpo, porquanto as imperfeições que este apresente ainda
serão, para o Espírito, provas que lhe auxiliarão o progresso, se vencer os obstáculos que
lhe oponha. Nem sempre, porém, lhe é permitida a escolha do seu invólucro corpóreo; mas,
simplesmente, a faculdade de pedir que seja tal ou qual.”
Poderia dar-se não haver Espírito que aceitasse encarnar numa criança que
houvesse de nascer?

“Deus a isso proveria. Quando uma criança tem que nascer vital, está predestinada
sempre a ter uma alma. Nada se cria sem que à criação presida um desígnio.”
Pode a união do Espírito a determinado corpo se imposta por Deus?
“Certo, do mesmo modo que as diferentes provas, mormente quando ainda o
Espírito não está apto a proceder a uma escolha com conhecimento de causa. Por expiação,
pode o Espírito ser constrangido a se unir ao corpo de determinada criança que, pelo seu
nascimento e pela posição que venha a ocupar no mundo, se lhe torne instrumento de
castigo.”
Se acontecesse que muitos Espíritos se apresentassem para tomar determinado
corpo destinado a nascer, que é o que decidiria sobre a qual deles pertenceria o corpo?

“Muitos podem pedi-lo; mas, em tal caso, Deus é quem julga qual o mais capaz de
desempenhar a missão a que a criança se destina. Porém, como já eu disse, o Espírito é
designado antes que soe o instante em que haja de unir-se ao corpo.”
No momento de encarnar, o Espírito sofre perturbação semelhante à que
experimenta ao desencarnar?

“Muito maior e sobretudo mais longa. Pela morte, o Espírito sai da escravidão; pelo
nascimento, entra para ela.”
Na incerteza em que se vê, quanto às eventualidades do seu triunfo nas provas
que vai suportar na vida, tem o Espírito uma causa de ansiedade antes da sua encarnação?

“De ansiedade bem grande, pois que as provas da sua existência o retardarão ou
farão avançar, conforme as suporte.”
Os que vemos em sonho, que nos testemunham afeto e que se nos apresentam
com desconhecidos semblantes, são alguma vez os Espíritos amigos que nos seguem os
passos na vida?

“Muito freqüentemente são eles que vos vêm visitar, como ides visitar um
encarcerado.”

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